Habubaquer - Deus fez existir o que não existe
História - Deus fez existir o que não existe
Tudo aconteceu na época da 2ª Guerra Mundial. Exércitos inimigos invadiam as aldeias na Índia. Casas eram destruídas, pessoas morriam e famílias inteiras ficavam separadas.
Habubaquer era filho único, amava seus pais. Ele não queria imaginar que essa tragédia pudesse acontecer a ele. Ficar longe do pai? Nem pensar.
Todos os dias Habubaquer chegava da escola., almoçava com a mamãe, fazia o seu para casa e passava o resto da tarde na mercearia do pai. O pai vendia pão, leite, frutas, cereais, brinquedos feitos em madeira e pipas. Habubaquer ajudava o pai nas vendas. Ele ficava ansioso, olhando para o relógio, pois às 17 horas em ponto, o pai fechava a mercearia e os dois subiam uma montanha para soltar pipa. Habubaquer ficava tão feliz, ficar bem pertinho do papai era tudo o que ele queria.
Em certas ocasiões, o papai dizia: — Hoje não vai dar para brincar, soltar pipa. Eu tenho que pintar a cerca.” Habubaquer dizia: “— Não tem importância, papai, eu só quero ficar pertinho de você, eu posso até mesmo lhe ajudar!”. Estar bem junto do papai era tudo o que Habubaquer queria.
Num certo dia, porém, Habubaquer almoçava com a mamãe, o pai estava saindo para ir à mercearia, quando ouviram os gritos dos vizinhos:
— Fujam! Fujam! Soldados inimigos estão aí! Fujam!
Era tarde demais! O papai foi capturado. Um soldado enorme o agarrou e o levou. Habubaquer e a mamãe conseguiram fugir junto com outros vizinhos. Correram muito, foram o mais rápido que puderam...
O tempo passava lentamente. A mamãe conseguiu se estabelecer em uma nova aldeia. Ela conseguiu trabalho, conseguiu uma casinha para morar, uma nova escola para Habubaquer. Mas ele não queria reagir, não comia, não brincava com os novos amigos, não queria ir à escola... Habubaquer só pensava no papai e no dia me que pudesse encontrá-lo novamente. A mãe estava muito preocupada, ela dizia:
— Habubaquer, você precisa reagir, sair dessa tristeza. Comer, brincar, ir à escola. Quem sabe, um dia, a gente encontra o papai.
— A mamãe tem razão – pensou Habubaquer. Eu preciso reagir!
Ele decidiu ir à escola. Quando voltou, enquanto passava diante de uma casa, Habubaquer percebeu que algumas crianças estavam de joelhos, com as mãos postas, conversando com alguém. Elas estavam de olhos fechados e Habubaquer não entendia com quem elas falavam, pois ele não via ninguém por perto. Ele ficou muito curioso, queria saber com quem as crianças falavam! Habubaquer esperou. Quando um dos meninos saiu, Habubaquer perguntou:
— Ei, amigo! Com quem vocês estavam falando, eu fiquei tão curioso, quis ficar aqui esperando, só para perguntar. O menino parou, olhou atentamente para Habubaquer e lhe perguntou:
— Habubaquer, você já ouviu falar de Jesus?
— Eu, não, quem é “Ele”?
— Ele é o único e perfeito filho de Deus, que veio do céu, nasceu como um nenê para morrer numa cruz e ser o nosso Salvador. Ele venceu a morte e ressuscitou para nos dar vida, vida eterna, que dura para sempre. Ele é tão poderoso, Habubaquer, que Ele faz existir as coisas que não existem (Romanos 4:17). Deus criou tudo o que há apenas falando.
Habubaquer ficou tão impressionado, ele não conhecia nada sobre Deus, sobre Jesus... Ele pediu a Jesus que perdoasse os seus pecados. Habubaquer se despediu do menino e foi embora. No caminho, ele entrou numa venda, comprou uma pipa e escreveu nela um recadinho assim:
— Querido Deus, eu me chamo Habubaquer, o meu pai também se chama Habubaquer, eu moro na Aldeia da Montanha. Por favor, Deus, traz o meu papai pra casa.
Habubaquer subiu na montanha mais alta e soltou a pipa. Ele deu toda linha que ele tinha. A pipa chegou bem pertinho das nuvens. Habubaquer pensou:
— Agora sim, Deus já leu o meu recadinho, a pipa chegou lá bem pertinho d’Ele!
De repente, a linha da pipa arrebentou e ela foi embora, caindo... Habubaquer pensou:
— Não tem problema, Deus já leu mesmo! Eu vou para casa esperar o papai chegar.
Em outra cidade, numa estação de trem, um homem esperava ansioso que os passageiros descessem. Era o pai de Habubaquer. Ele tinha esperança que Habubaquer e a mamãe descobrissem onde ele estava e fossem ao seu encontro. Ele ia todos os dias à estação e esperava a chegada do trem.
Ele sempre ficava decepcionado. Nesse dia, porém, ele percebeu que havia uma pipa presa no alto do último vagão. Ele se lembrou de Habubaquer, era a brincadeira predileta do filho. Ele correu até o trem, retirou a pipa e, para sua surpresa, leu: “— Querido Deus, eu me chamo Habubaquer, o meu pai também se chama Habubaquer, eu moro na Aldeia da Montanha. Por favor, Deus, traz o meu papai pra casa.”
Quando o pai leu aquele bilhete, pulou de alegria! Aldeia da Montanha é para lá que eu preciso ir.
O papai entrou na estação e foi rapidamente para a Aldeia da Montanha. Quando ele desceu do trem, entrou numa mercearia e perguntou ao dono:
— O senhor conhece um menino chamado Habubaquer? - As aldeias eram bem pequenas, todos se conheciam – O homem respondeu:
— Conheço, sim. Ele mora na rua de cima, na terceira casa à direita.
O papai encontrou a casa, bateu na porta e Habubaquer veio atender. Quando ele viu o pai, gritou:
— Papai! Papai! Deus existe de verdade! Ele trouxe você de volta pra casa.
O pai abraçou Habubaquer, abraçou a mamãe. Ele queria saber sobre “Deus”, que é todo poderoso, que faz existir o que não existe. O Deus que faz uma pipa voar quilômetros, só para que um pai reencontre a sua família.